O
sangue, desde o Velho Testamento, é derramado para purificação de pecados. Deus
sacrificou um animal para com a pele deste cobrir a nudez revelada de Adão e
Eva por causa do pecado (Gênesis 3.21); colocar o sangue nos umbrais das portas
no Egito tinha a ver com o livramento de Deus para que o juízo de Deus não
recaísse sobre eles. Paulo mais tarde fala que Cristo é a nossa Páscoa que
derramou o seu sangue por nós - o sangue nos umbrais marcava toda a família
como protegidos, ou seja, não havia necessidade de juízo por pecado (Êxodo 12),
mas deviam permanecer dentro da casa. Havendo sangue na porta, o anjo passaria
por cima.Na
jornada de Israel pelo deserto Deus ordena a construção do Tabernáculo. Todos
os sacrifícios com derramamento de sangue apontavam para perdão de pecados e
vida santa. Primeiramente era oferecido um animal sem defeito para purificação
dos pecados do ofertante. Havia oferta de cereais para louvor e adoração, como
também de sacrifícios de louvor com derramamento de sangue (isso pode ser
visto, também, nos altares erigidos a Deus pelos patriarcas). Mas não havia
remissão de pecados sem o derramamento do sangue de algum animal previamente
determina
Davi
desejou ser purificado com hissopo - (Sl 51.7) - instrumento de borrifar que
fazia propiciação da ira divina (Êxodo 12.12,22,23). O hissopo não tem poder
por si só, não era algum tipo de amuleto. Era usada sempre embebido em água ou
sangue, dependia da finalidade. No caso de pecado era embebido no sangue. Não
adiantava ter um maço de hissopo em lugar estratégico na casa para purificação
ou livramento. Isaías 53 aborda a obra de Cristo sem fazer referência ao
sangue. Mas no entanto o texto deixa claro que ele foi moído, esmagado, e que
levou sobre Si o pecado de muitos - tudo isso mostra a necessidade de
derramamento sangue.
O
SANGUE NO NOVO TESTAMENTO
"Tendo
pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de
Jesus." (Hebreus 10.19)
"[...]
eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a
obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam
multiplicadas." (1 Pedro 1.2)
"Mas,
se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado." (1 João 1.7)
Os três textos acima trazem a expressão 'o sangue de Jesus'. É claro que no Velho Testamento não temos tal expressão. Mas aponta para ela (Lucas 24.44-49; Romanos 8.3-4; Hebreus 9.22; 10.1,10; Apocalipse 13,8).
Os três textos acima trazem a expressão 'o sangue de Jesus'. É claro que no Velho Testamento não temos tal expressão. Mas aponta para ela (Lucas 24.44-49; Romanos 8.3-4; Hebreus 9.22; 10.1,10; Apocalipse 13,8).
O
escritor aos Hebreus aborda o poder do sangue de Jesus para dar entrada ao
lugar santíssimo, lugar da presença de Deus. Isto, no Velho Testamento, só era
possível unicamente pelo Sacerdote, que uma vez no ano entrava no Lugar
Santíssimo no Tabernáculo após o ritual de purificação (Hebreus 9.25). Porém
hoje isso é possível para todo aquele que fora purificado dos seus pecados pelo
sangue de Jesus: "[...] ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo
sangue de Jesus" - não há mais intermediário humano, pois Cristo, com Sua
morte, rasgou o véu (Mateus 27.51 Cf. Efésios 2.18; 3.12).
Pedro
e João abordam a singularidade do sangue de Jesus para o correto relacionamento
de santidade com Deus. David H. Wheaton diz que a "'aspersão do sangue de
Jesus Cristo' tem a idéia da obtenção dos benefícios da morte de Cristo, de
compartilhamento das bênçãos da nova aliança (Cf. Êxodo 24.3-8 com Marcos 14.24),
e da purificação regular diária de que todos nós precisamos durante a nossa
jornada por esta vida (1 João 1.7-9)." (Comentário Bíblico Vida Nova)
O
Apóstolo Pedro mostra a virtude indispensável do sangue de Jesus para a
concretização da eleição do cristão, da santificação e para o viver em
obediência diante de Deus. João enfatiza o poder contínuo do sangue de Jesus
para purificação de todo o pecado. Andando na luz temos comunhão e o sangue de
Jesus nos purifica - isso deve ser visto como ato contínuo - [continuamente] de
todo pecado.
JARGÕES
E DITOS
Todas
as referências bíblicas relacionadas ao sangue abordam a purificação de pecados
e a vida de santidade, consagração a Deus. Não há referência que o sangue de
Jesus pode ser 'usado' para outro fim.
Há
crenças e expressões que foram sendo incorporadas na prática cristã
(principalmente no meio pentecostal) que deveriam ser repensadas à luz da
Palavra, e eliminadas.
A
expressão 'só o sangue' está bastante em voga nos nossos dias, mas
deveria ser deixada de usar, visto que na maioria das vezes é usada
impensadamente, sem critério algum, e muito menos com objetivo algum. Exorcizar
(ou expulsar) demônios pelo sangue, também não encontra apoio e respaldo
bíblico-teológico - nem Jesus nem os Apóstolos fizeram isso -. Para expulsar
demônios precisamos somente da autoridade no Nome de Jesus.
O
sangue de Jesus também não é para cura física. Para isto temos a
recomendação bíblica da unção com óleo aliada à oração em nome de Jesus (Tiago
5.14 - a ênfase está no Nome de Jesus) e também os dons de cura operados pelo
Espírito Santo (1 Coríntios 12.9,11).
Por
descuido, desconhecimento e relaxamento para entender o que a Palavra de Deus
diz, ou por não querer se opor contra a tradição entrando em choque com irmãos
mais 'espirituais e experientes', muitos crentes incorporam na sua crença
jargões, ditos, mas que na verdade, não tem nenhum respaldo bíblico, portanto
não tem efeito, são sem valor, e nada acrescentam a fé e à maturidade
espiritual.
Por: Adriano Wink Fernandes
Adaptado
Por: Evangelista Albérico Silva