HOJE (25) VIGÍLIA NA IPCC

Dia 25/11/2011 às 23:50horas, estaremos nos reunindo para uma noite de muita oraçào, louvor , adoração e alegria na presença do DEUS de nossa salvação. Lembro que outrora , muitos de nós estavamos perdidos sem destino andando de palhoça em palhoça procurando uma alegria temporária , e no dia seguinte com um saldo de profundo vazio em nossa alma. Porém agora na presença de DEUS, até a tristeza salta de alegria Jó 41.22 "No seu pescoço reside a força,diante dEle até a tristeza salta de alegria." Portanto convidamos voce a participar conosco de uma noite na Presença daquele que Vive, esteve morto mas está vivo para Sempre! a Ele o louvor e toda adoração... Participe!

Notícia do Campo Missionário

ÁGUA VIVA 2011 IPCC

A Igreja Presbiteriana de Casa Caiada realizou um evangelismo diferente. Ao invés de entregarem apenas um panfleto evangelístico nos semáforos próximos da igreja, cerca de duzentas pessoas distribuíram uma garrafinha com água aos motoristas junto com uma literatura.

A reação das pessoas que foram abordadas mostra que o povo de Deus deve buscar formas criativas para pregar o evangelho. Marina e manuella não vê a hora de participar de outro evento como este.

Notícia do Campo Missionário

Rivalidade em campo, mais unidas por Cristo.
Embora seus esposos sejam rivais em campo, as mulheres dos atletas de Cristo em Pernambuco, uma vez por semana, reúnem-se para orar ao Deus todo poderoso e estudar a bíblia.
A irmã Marylu, que tem liderado esta reunião à cinco (5) anos, comenta:
''Deus por sua infinita misericórdia está salvando, curando, transformando e restaurando famílias que passam por crises. Quando oramos não oramos para Deus dar vitória as equipes dos nossos maridos, e sim para que Deus livre-os de lesões, do mau testemunho e que, através deles, muitos sejam alcançados por Cristo, sobretudo para que Deus cumpra sua boa, perfeita e agradável vontade na vida deles e de nossos familiares.'' Mulheres em momento de oração.

Notícia do Campo Missionário

ARRAIÁ DA FAMÍLIA IPCC 2011

A igreja Presbiteriana de Casa Caiada promoveu nesse sábado (18) o arraia da família organizado pelo encontro de casais com Cristo (ECC).

Foi um sucesso!!!!!!

Notícia do Campo Missionário

19/04/11 - Três dias de um empacto evangelístico por ADC


Foram três dias de um empacto evangelístico marcante em Iranduba e Manaus - AM.
Mais de trinta almas se rederam aos pés de Jesus.

ATLETAS QUE PARTICIPARAM DA MISSÃO:
Os atacantes Evair e Alex Alves, os laterais Sylvinho e Zé Carlos, meia Giovanni (ex-Barcelona e Olympiacos), goleiro Albérico (Ex-Náutico e Sport), os zagueiros Dênis (Ex-Botafogo e Palmeiras) e Erlon (Ex-Atlético Mineiro e Náutico), o lateral Índio (ex-Flamengo) o volantes Pingo (ex-Corinthians) e Ferreira, o meia-esquerda Luiz Fernando (campeão da Copa do Brasil pelo Juventude, em 1999), os meias Simão (ex-Portuguesa) e o atacante Robson (ex-Juventus de São Paulo). Ximenes Líder ADC. Álvaro assessor de imprensa.

Notícia do Campo Missionário

Cristão é enterrado vivo, sobrevive e agora testemunha o poder do Senhor Igreja cristã na Nigéria NIGÉRIA (23º) - O dia 17 de janeiro será uma vívida memória de Ali Moses, 46, durante muito tempo. O ataque quase fatal contra a vida de Ali se transformou em um testemunho poderoso, destinado a tocar muitas vidas. Naquela tarde, Ali estava indo para casa após um longo dia de trabalho. Ele havia recebido seu salário e, como nos seus outros dias de pagamento, Ali tinha planejado algo muito especial para sua família. Em seu caminho para casa, Ali ouviu tiros. O pânico fez com que ele voltasse para o seu local de trabalho o mais rápido possível. Mas, antes de chegar lá, ele se encontrou com um grupo de muçulmanos furiosos. Eles estavam declarando o nome de Alá em árabe, gritando frases profanas, insultando o governador cristão de Jos e pedindo o extermínio dos cristãos. Em segundos, Ali estava cercado pela multidão violenta. Ele levou muitos socos. Mais de 18 horas depois, Ali acordou em um hospital. Seu corpo estava debilitado e coberto de ferimentos. O representante da Portas Abertas, Isaac, foi visitar Ali no hospital logo depois do incidente, para levar encorajamento e ajuda e para saber sobre a agressão sofrida. Considerando o curso dos acontecimentos, parece que os agressores enterraram Ali vivo enquanto ele estava inconsciente. Ali se refere à pessoa que veio ao seu encontro para lhe ajudar como “samaritano”. Na manhã seguinte ao acidente, Ado estava caminhando e notou algo que parecia ser um túmulo recente. Ele percebeu um movimento no monte de areia e se aproximou para verificar o que era. Para sua surpresa, ele constatou que era uma pessoa. Imediatamente, ele pediu ajuda. A polícia militar retirou Ali da cova e o levou para o hospital. No início, os médicos pensaram que seria muito difícil que ele ainda estivesse vivo após 18 horas de sofrimento. Mas o testemunho de Ali faz os mais céticos refletirem. Após passar algum tempo no hospital, Ali se recuperou completamente. “Eu sou muito grato a Deus por salvar minha vida naquele buraco. É um milagre. Deus me resgatou de uma maneira muito especial. Para a Portas Abertas, que Deus lhes abençoe abundantemente por sua ajuda. Ele irá recompensá-los poderosamente. Agora eu creio que o poder da vida e da morte está nas mãos do Senhor. Toda graça pertence a Ele”. Tradução: Deborah Stafussi Fonte: Porta Abertas
16/03/11
A salvação de uma cristã norte-coreana

Coreanos adorando
COREIA DO NORTE (1º) - A Coreia do Norte é conhecida por ser um Estado ateu, o que significa que não há uma religião oficial. Por conta disso, os cristãos sofrem uma severa perseguição, pois são vistos como uma ameaça ao Governo. Denunciar os próprios familiares e amigo são atos louváveis para quem reconhece as “ameaças” às autoridades. Apesar disso tudo, a Igreja tem permanecido e vidas têm sido alcançadas.

Kim é uma coreana que foi para a China por falta de perspectiva de vida em seu país e é uma prova do amor de Deus. Embora tenha deixado sua filha para trás, a esperança de Kim era poder sustentá-la com o dinheiro que ganhasse do outro lado da fronteira, na China. Por “razões de segurança”, ela se casou com um homem chinês.

A melhor maneira que as mulheres norte-coreanas encontram para se ocultar das autoridades e não serem deportadas é se casar com um chinês. Mas a irmã Kim foi traída. Alguém informou à polícia chinesa que ela era da Coreia do Norte. Felizmente, ela escapou em tempo, quando chegaram para prendê-la.

Salvação

“Quando Kim chegou à nossa Casa de Refúgio, pudemos perceber que ela era uma jovem com problemas”, contou um cooperador de Portas Abertas. “Kim fugia dos estudos bíblicos. Ela gritava que era uma comunista de verdade. Então, caiu doente e reclamava de muitas dores no estômago. Kim não queria nos contar o que havia acontecido. Nós oramos e, aos poucos, ela foi se interessando mais pelo Evangelho – sobretudo quando descobriu, ouvindo as escrituras, que em toda sua vida ninguém havia cuidado dela, a não ser Jesus.”

Por fim, a irmã Kim compartilhou com a equipe da Casa de Refúgio o que lhe havia acontecido. Pouco antes de chegar à Casa, ela fizera um aborto numa clínica da cidade e a coisa não correra bem. “Nós oramos e jejuamos por ela e, após uma semana, ela estava bem melhor. Depois disso, ela mergulhou no estudo da Bíblia”, contou o cooperador.

Irmã Kim teve oportunidade de tentar fugir para a Coreia do Sul, mas, após alguns meses na Casa de Refúgio de Portas Abertas, decidiu voltar à sua pátria. Ela não via sua filha há três anos e resolveu voltar com uma Bíblia, que é terminantemente proibida na Coreia do Norte.

Cuidado de Deus

“Nós a acompanhamos de volta até a fronteira, compramos uma passagem para ela, mas Kim não tinha um documento de identidade, o que tornava tudo muito arriscado”, relatou o cooperador. “Kim não se sentia bem. Sua garganta estava inflamada e, no trem, seu nariz começou a sangrar. Um oficial de imigração chinês veio conferir seus documentos, mas ela não falava chinês. Então eu disse que ela era muda e pedi a ele um remédio para o sangramento de seu nariz. Ele não tinha, mas sentiu compaixão dela. Então, o oficial atravessou conosco os outros pontos de controle e nos colocou num táxi, que nos levou até a fronteira. Depois de pagar o táxi, eu deixei uma soma de dinheiro com a irmã Kim.”

O cooperador de Portas Abertas concluiu seu relato: “Ela abraçou sua Bíblia e cruzou o rio para a Coreia do Norte. Desde então, eu não tive mais notícias dela. É claro que estou preocupado”, o cooperador admitiu, “mas sei também que ela está nas mãos de Deus.”

Tradução: Joel Macedo
Fonte: Portas Abertas

BATISMO CRISTÃO

O BATISMO CRISTÃO
I - INTRODUÇÃO:

Os Documentos da Igreja Presbiteriana referem-se ao batismo como um "sinal visível da graça de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual nos tornamos participantes da comunhão do Espírito Santo e herdeiros da vida eterna". Note-se aqui que é pela graça em Cristo e não pelo batismo que nos tornamos "participantes"! Isto em si já diz muito, mas é preciso examinar três dos termos citados: a graça, a comunhão do Espírito Santo e a expressão "herdeiros".

1) O batismo é sinal da "graça" vinda de Deus. É a declaração da ação de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) a nosso favor - a graça oferecida a todos (Rm 5:18). A graça não pode ser limitada à idade. Qual a idade a que seria limitada? Deve a igreja voltar à lei do Antigo Testamento e à idade de 13 anos, quando era realizado o "Bar Mitzvah" ou o ritual de iniciação da criança ao mundo dos adultos? Mas os judeus também praticavam a circuncisão, assim declarando a criança parte da família de Deus (veja ítem IV deste estudo).

2) Levantamos também a mesma pergunta sobre comunhão do Espírito Santo. Em que idade começa tal comunhão? (veja também no ítem IV deste estudo como a Bíblia trata as crianças).

3) A circuncisão no Antigo Testamento é declaração da herança oferecida por Deus. Paulo e outros no Novo Testamento usam a expressão "herdeiros" (Rm 8:17; Gl 3:29 ; Gl 4:1-7; Hb 6:7; 1Pe 3:7). O herdeiro tem o direito desde o seu nascimento (se ele se aproveita de sua herança ou não é outra coisa). O batismo é a declaração de que nossa herança está disponível a nós, para a aceitarmos.

II - FORMAS DE BATISMO NA BÍBLIA:

A Bíblia é a primeira fonte à qual o cristão deve olhar, a fim de compreender o batismo. Geralmente se usam duas palavras em referência à forma do batismo: "aspersão" (incluindo aqui para fins deste estudo também o "derramamento") e imersão.

A palavra aspersão acha-se em Ex 24:6-8; Lv 4:6; Lv 14:7 (onde se refere a sangue); Lv 14:16-27 (referindo-se a azeite); Lv 14:51; Lv 16:14-15 (referindo-se a água e sangue); Ez 36:25 (água); Hb 9:19-20; 1 Pe 1:2 (sangue) e outras referências semelhantes.

A aspersão aqui mencionada é feita com sangue, sangue e água, azeite e água. Este ritual era a declaração duma nova aliança, com sacrifício para remissão de pecados, para purificação, como uma forma de "batismo". É importante notar que a prática não era a da imersão (na conclusão deste estudo mostramos que esta era uma prática mais ligada à Ceia do Senhor!).

A palavra imersão, por incrível que pareça, não aparece na Bíblia nenhuma vez! Mesmo assim, é preciso examinar o significado da palavra, pois sabe-se que a imersão também era praticada pelo povo de Israel. Geralmente, imersão é termo usado com referência à morte para a velha vida e à ressurreição para a nova vida em Cristo (Rm 6:4 e 8; Cl 2:12). A palavra "sepultado", que é a base do argumento para o batismo por imersão, realmente se refere à conversão (quando o velho homem morre e o novo nasce). Mas o batismo, como veremos, é a ação de Deus (graça) em prol do homem, e não a resposta do homem à ação de Deus.

Um estudo cuidadoso da Bíblia mostra que as únicas situações onde houve possibilidade de ocorrência do batismo por imersão, foram as que cercaram o trabalho de João Batista (e este era batismo para a remissão de pecados, um ritual da velha aliança do Antigo Testamento) e a do batismo do eunuco por Filipe (At 8:26-40).

a) O BATISMO DO POVO DE ISRAEL:

As fontes que esclarecem a prática do batismo do povo de Israel são o Novo Testamento, a arqueologia e a história. A palavra "batizar" e seus derivados só aparecem no Novo Testamento. No Antigo Testamento encontram-se somente as palavras "lavar" e "purificar". Estes eram atos religiosos praticados após a contaminação, após as enfermidades, após o contato com mortos (as coisas mortas eram consideradas contaminadas), ou o contato com pessoas incrédulas (os pagãos), etc. As referências que podem ser examinadas são: LAVAR: Ex 29:4; Ex 30:19-21; Ex 40:12; Dt 23:9-11; Jr 2:27; Jr 4:14; Is 1:6, etc. PURIFICAR: Nm 8:7; Nm 19:13; Nm 19:20 e 23. Nota-se que o ritual de purificação era repetido regularmente sempre que uma pessoa fosse contaminada.

De acordo com o Novo Testamento, João Batista ("O Batizador") começou o seu ministério antes de Jesus, Lucas 3:3 diz que "ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para a remissão de pecados..." João realizava o que já era costume entre o povo de Israel, como parte dum "avivamento" ou "campanha de evangelização". Este batismo ou purificação podia ser repetido, e assim se fazia cada vez que uma pessoa se sentisse convicta de pecado e se arrependesse, ou desejasse purificar-se de contaminação. Mas não era mais que isto: um batismo para a purificação de pecados e de coisas imundas (Veja-se Atos 19:1-6).

A arqueologia e a história revelam que os israelitas construíram tanques para praticar o batismo, mas é importante reconhecer que estes atos de batismo estão longe do significado do batismo no Novo Testamento, praticado pelo Cristianismo.

b) O BATISMO CRISTÃO NO NOVO TESTAMENTO:

O batismo no Novo Testamento é chamado cristão devido à diferença de significados entre o que era praticado pelos judeus e o determinado por Jesus Cristo. "A Grande Comissão" manda batizar "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28:19). Em outras palavras, não há nenhuma ligação entre o batismo do Antigo Testamento, feito para remissão dos pecados e para a purificação, e o batismo cristão. Argumentam alguns que no Novo Testamento se fala em batizar "discípulos", isto é, adultos convertidos. Era uma situação onde muitas pessoas haviam sido convertidas e naturalmente foram batizadas. Mas tudo indica que a família toda (do novo convertido) era incluída neste batismo.

O batismo, hoje, não é repetido, quando um crente se desvia da Igreja e depois retorna, o que seria feito se se seguisse a prática do Antigo Testamento. É de estranhar que algumas igrejas não aceitem o batismo de outras. Algumas insistem no batismo válido somente com a imersão. E mesmo entre as igrejas que praticam a imersão, algumas insistem que tal batismo seja em rio ou água corrente, enquanto outras batizam em tanques (ambos os métodos foram usados pelo povo de Israel). Parece que realmente muitas igrejas não têm examinado com cuidado as Escrituras, antes de decidir a respeito de como batizar. Na prática, então, elas decidem batizar por um certo modo, procurando depois nas Escrituras, as "provas" para sustentar a sua posição.

III - O BATISMO DE JESUS:

Com respeito à necessidade de Jesus ser batizado, todos reconhecem que, como Filho de Deus, ele não precisava disto. Os homens, como disse João Batista, é que precisam ser batizados por ele (Mt 3:14). O batismo de Jesus também foi o da "velha dispensação", para a remissão de pecados (lavagem de pecados). O batismo de Jesus não foi, obviamente, "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". É importante que se note este fato. Há uma diferença radical entre o batismo do Antigo Testamento e do Novo Testamento. É neste ponto que muitas denominações têm tropeçado, quando insistem somente no batismo de adultos e por meio de imersão. Elas não têm estudado com cuidado o "significado" do batismo Cristão, tendo se preocupado mais com os "meios". No caso de Jesus, segundo E.F. Winward, na página 10 de seu livro O Ensino do Novo Testamento Sobre o Batismo, ele foi batizado "somente porque se identificou com pecadores, e para os livrar de seus pecados (somos libertos por Cristo, e não pelo batismo!). É por isso que bem no início do seu ministério Jesus se afiliou conosco, aceitando o fardo de nosso pecado".

IV - O BATISMO DE CRIANÇAS:

A Aliança de Deus com o seu povo sempre incluiu as crianças (veja, por exemplo, Dt 29:10ss, At 2:39). Inúmeras vezes Deus chama a crianças (Jr 1:5; 1Sm 3; Lc 1; Gl 1:15).

No Antigo Testamento, o povo de Israel praticava a circuncisão no oitavo dia após o nascimento dos meninos, e o batismo das meninas. A circuncisão era um sinal externo de posse (Gn 17:9-14; Cl 7:8-12). Não havia nada na cerimônia que assegurasse a fidelidade posteriormente. Mas era exigência de Deus! Do mesmo modo, não há nenhuma garantia de fidelidade permanente da parte de uma pessoa batizada, quer na infância, quer adulta. Paulo rejeitou a circuncisão, não porque fosse praticada em crianças, mas por causa da infidelidade (Rm 2:25-29). Em Filipenses 3:2, ele chegou a chamar a circuncisão de "mutilação". Do mesmo modo que a circuncisão verdadeira é a do coração, assim também o é o batismo verdadeiro.

Quem exclui as crianças da graça completa de Deus, não pode reconciliar sua ação com as palavras de Jesus em Mc 10:15, onde ele diz: "Em verdade vos digo; quem não receber o Reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele". Para Jesus a criança é plenamente aceita: "dos tais é o Reino de Deus" (Mc 10:14). Estes versículos trazem uma riqueza muito importante ao evangelho e ao Cristianismo. Em poucas palavras, o coração de Deus está aberto! Deus não faz acepção de pessoas! O Reino de Deus não é só dos adultos. A graça de Deus não tem limites. Em 2 Co 5:19, Paulo diz que "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo..." A graça é de fato oferecida a todos!

Partindo, então do Antigo Testamento e passando para o Novo Testamento, fica claro que negar a graça de Deus a uma criança é uma ofensa a Deus e uma negação de sua obra em Cristo. O batismo é o início do processo de nutrição e desenvolvimento espiritual.

Por inferência, chega-se à conclusão de que houve crianças batizadas no Novo Testamento (e o batismo de crianças só chegou a ser negado com o surgimento dos "Anabatistas", no século XVI). Repetidas vezes pode-se ler que foi batizado "fulano" e com ele "toda sua família" (veja At 16:15 e 33; At 18:8; 1Co 1:16, etc.), e a família naquela época incluía os escravos e todas as pessoas na casa.

A ênfase no batismo é dada à ação de Deus, e não a um ato de fé. É a declaração da graça de Deus, que não depende do homem, falho, pecador, nem do modo de se batizar. No "sacramento do batismo infantil, os benefícios da cruz são tornados válidos para o pequenino há pouco nascido, e a graça perdoadora de Deus começa a agir nele antes mesmo que se torne cônscio de ter recebido essa dádiva ou mesmo de ter dela necessidade", diz D. Webster, na página 34 de seu livro Em Dívida Com Cristo.

V - CONCLUSÕES:

Sobre o batismo, conclui-se o seguinte:

A) No Antigo Testamento e nos 300 anos, entre o cânon do Antigo Testamento e o Novo Testamento, o batismo era praticado por imersão e aspersão (inclusive, por derramamento), mas com a finalidade única de remissão de pecados e purificação.

B) No Novo Testamento não há nenhuma orientação sobre o modo de batizar. Esta não era a grande preocupação da Igreja. Pelo contrário, o autor de Hebreus (5:14ss, 6:1-3) diz a seus leitores que não gastassem muito tempo debatendo e rebatendo questões a respeito do batismo. Vamos adiante, diz o autor, progredindo na fé. Paulo, em 1Co 1:13-17 dá pouca ênfase sobre o batismo, colocando em lugar de maior importância a pregação do Evangelho.

C) No tempo da Igreja Primitiva, após a época dos escritos do Novo Testamento, houve um documento (entre muitos) muito importante, chamado "O Didaquê" ou "Manual de Orientação" que era usado pela Igreja. O Didaquê diz: "Se não há água corrente, então qualquer água serve; se não há água fria, então pode ser morna; mas se não há nenhuma outra, derrame água sobre a cabeça, três vezes, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". O modo de batizar, portanto, não era significativo. Tanto que não houve nenhuma orientação sobre ele.

D) O batismo cristão, embora relacionado à remissão de pecados, é antes de tudo, relacionado com a graça de Deus. A criança é pecadora apenas na medida em que participa da raça humana, e é neste sentido que a Bíblia afirma que todas as pessoas já nascem em pecado. A criança como um ser ainda pequenino, não totalmente consciente e responsável, certamente não é pecadora e nem comete pecado. John Wesley escreve em seu Diário , na data de sua experiência (24 de maio de 1738): "eu creio que até os 10 anos de idade, não pequei..." A criança, ao crescer e atingir a idade da consciência e da responsabilidade, será envolvida pelo pecado. Há, pois, necessidade de remissão de pecados para todas as pessoas. É isto o que lemos no ritual da Ceia do Senhor, quando Jesus tomando o cálice e dando aos seus discípulos, afirma: "isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para a remissão de pecados". Batismo, então, é oferta da salvação, vinda da graça de Deus, e não uma "vacina espiritual" ou uma "magia", que protege alguém para sempre. O cristão ao tomar parte na Ceia do Senhor, declara a sua aceitação da salvação em Jesus. E neste sentido, só se deve batizar crianças que sejam filhas de pais cristãos, membros da Igreja. O batismo cristão é oferta de salvação e não a própria salvação. Se pelo batismo alguém fosse salvo, não haveria necessidade da cruz e muito menos da Ceia do Senhor.

E) Havia outras práticas de batismo no Novo Testamento, notadamente o batismo em prol de pessoas já mortas (1Co 15:29), mas esta prática foi condenada e, evidentemente, logo abandonada.

F) Depois dos primeiros séculos da Igreja, houve pessoas que começaram a deixar o batismo par a última hora da vida, a fim de entrarem puras no Paraíso, mas este costume também foi abandonado.

G) Jesus nada disse sobre o modo de batizar. Não se pode imaginar Jesus, que denunciou o legalismo da lei dos fariseus (lei dos homens e não de Deus!), preocupando-se quanto à quantidade de água ou modo de batizar. Insistir nestas coisas é lei. Insistir no Espírito, no batismo, é graça. Um pregador disse certa vez, pelo rádio: "Não sei como uma pessoa inteligente pode aceitar o batismo de crianças." É este o mesmo argumento para o aceitar: Não sei como uma pessoa inteligente pode não aceitar o batismo de crianças! A graça de Deus não está impedida ou limitada pela idade. Ele, o Todo-Poderoso, faz maravilhas! Dietrich Bonhoeffer, o grande cristão alemão, disse: "O batismo a pessoa a reconhecer que toda sua vida, e a do seu filho, estão debaixo da proteção de Deus..."

H) O Cristianismo é a expressão mais perfeita do relacionamento entre Deus e suas criaturas. Não é mera cópia de outras religiões. Sabe-se que havia batismo para remissão de pecados entre o povo de Israel. Há "batismo" também na religião dos hindus, na Índia. Os peregrinos hindus saem de todas as partes da Índia para a Allahabad, onde os rios "sagrados" Ganges e Jamuna se ajuntam. Ali, os fiéis entram nas águas e se banham (ou se batizam), acreditando com isso que serão purificados de seus pecados e obterão a vida eterna e a imortalidade. O batismo cristão é mais do que uma repetição daquilo que outras religiões fazem.

I) A lógica e o raciocínio são necessários, juntamente com a orientação das Escrituras. Se não se pode batizar crianças, negando assim o poder de Deus operando em sua vida, também não se pode orar por elas! Assim, certamente, elas seriam criaturas do inferno, o que nega a declaração das Escrituras, ao registrar as palavras de Jesus "dos tais é o Reino de Deus". É evidente que isto é um absurdo.

Pergunta-se ainda mais. Uma criança pode orar? Sim, pode. Deus ouve a sua oração? Sim, Deus ouve! Então por que negar o batismo? Durante toda sua vida, o grande Reformador da Igreja, Martinho Lutero, na hora de tentação ou tribulação disse para si mesmo: "Eu já fui batizado", declarando assim que, desde criança, Deus estava com ele e que ele, em todos os momentos podia lançar-se sobre a misericórdia de Deus e apoderar-se de suas promessas.

Chega-se assim à conclusão de que o batismo de crianças não somente é válido, mas mostra maravilhosamente o quanto a graça de Deus opera em todos. O batismo limitado aos adultos coloca limitações à ação e ao poder de Deus, e empobrece seu evangelho salvador.

ANO LITÚRGICO


ANO LITÚRGICO
 Apresentamos a seguir uma introdução básica sobre os ciclos ou estações do calendário litúrgico cristão.
Ciclo do Natal
O Ciclo do Natal corresponde a quatro tempos litúrgicos do calendário cristão a saber: Advento, Natal, Epifania e Batismo do Senhor. Este ciclo tem início quatro domingos antes do Natal e se estende até o Batismo do Senhor.
Advento
O Advento é o tempo que marca o início do calendário litúrgico cristão. Sua origem é documentada a partir do século IV a.C.. Semelhante à preparação da Páscoa, expiação de Cristo, o Advento surge como preparação para o nascimento de Jesus, o Natal. Advento, do latim adventus, significa “vinda”, “espera”. Trata-se de uma celebração onde o foco é a expectativa da vinda do Messias, o Cristo prometido. Este período, que celebra a espera do Messias, pode ser dividido em duas partes: os dois primeiros domingos enfatizam o Advento Escatológico e o terceiro e quarto domingos a Preparação do Natal de Cristo. A quadra litúrgica do Advento tem também a dimensão da expectativa da segunda vinda de Cristo, bem como a expectativa da chegada do Messias que concretiza o reino de Deus, o “já” e o “ainda não”, tensão dialética que significa viver a espera do cumprimento das promessas e renovar a esperança no reino que virá.
A espiritualidade do Advento é marcada:

(a) pela esperança e o aguardo do Messias prometido;

(b) pela fé na concretização das promessas de Deus;

(c) pela demonstração concreta do amor de Deus com a chegada do Messias;

(d) pela paz, anunciada e plenificada pelo Messias.

Natal

O segundo tempo litúrgico desse ciclo é o Natal. Esta celebração teve sua origem em meados do século IV d.C.; entretanto, sua aceitação como festa cristã ocorreu no século VI d.C.. O Natal surgiu com a finalidade de afastar os fiéis da festa pagã do natale solis invictus (“deus sol invencível”), e passou a significar a chegada do Messias, o “sol da justiça” (cf. Ml 4.2) já anunciado e aguardado no Advento. Natal, na acepção da palavra, significa “nascimento”; entretanto, para os cristãos e cristãs a partir do século IV d.C., este significado é ainda mais profundo, pois com o nascimento de Cristo celebra-se “o Verbo que se fez carne e habitou entre nós”, o Deus infinitamente rico se faz servo e habita entre os despossuídos da terra. É este Verbo que atrai para si toda a criação a fim de reintegrá-la ao projeto salvífico de Deus.

A espiritualidade desse período enfatiza a humanidade de Cristo e a salvação que nele é absoluta.
Epifania

O terceiro tempo desse ciclo é a Epifania, que surgiu no Oriente como festa de manifestação do Cristo encarnado. Somente a partir do século IV d.C. passou para o Ocidente a fim de rememorar a visita dos reis magos ao Messias que havia chegado.
Epifania, do grego ephifaneia significa “manifestação”, “aparição”. Antes de tornar-se um termo utilizado pelos/as cristão/as, significava a chegada de um rei ou imperador. A partir de Cristo, tem a conotação de manifestação do divino ao mundo, que no Primeiro Testamento era expressa pelo termo “teofania”. Esse tempo celebra a manifestação de Cristo aos seres humanos, no momento em que os reis do Oriente seguiram a estrela em busca daquele que viria a ser o salvador por excelência. A Epifania é para o Natal o que o Pentecostes é para a Páscoa, isto é, de Cristo em favor da humanidade.
A espiritualidade deste período é caracterizada pela manifestação e aparição de Cristo ao mundo. É o Cristo prometido que se torna uma realidade na vida de mulheres e homens que procuram a paz, a justiça e o amor.
Batismo do Senhor
O Batismo do Senhor é celebrado no primeiro Domingo após Epifania, e representa o início da missão de Jesus no mundo. Este tempo é parte da manifestação de Jesus aos seres humanos, por isso trata-se de uma continuidade da Epifania. Diferenciando-se pelo fato de que na Epifania é o ser humano (representada pelos magos) que vai a Cristo, ao passo que com o Batismo do Senhor é Deus (por meio de Jesus Cristo) que vem até o ser humano, a fim de cumprir sua missão. Por isso a espiritualidade desse dia é marcada pela missão iniciada por Jesus em prol dos menos favorecidos e injustiçados.
Com o Batismo do Senhor termina o Ciclo do Natal, dando início ao Tempo Comum, ou Tempo após Epifania.
Símbolos
Sugerimos os seguintes símbolos para ambientação litúrgica no período do Advento:
  • Coroa do Advento: simbolizando a realeza de Cristo
  • Velas: simbolizando a chegada de Cristo como luz do mundo
  • Luzes: símbolo da luz que ilumina as trevas, o próprio Cristo
Para o Natal:

  • Anjos: simbolizam aqueles que anunciam o nascimento de Jesus
  • Crianças: simbolizando a festa da chegada do menino Jesus
  • Sinos: simbolizando o anúncio festivo da chegada do Messias
  • Presépio: simbolizando o local do nascimento de Cristo
E para a Epifania e o Batismo do Senhor:

  • Coroa dos Magos: simbolizando a procura pelo Cristo prometido
  • Estrela: simboliza a luz que acende no horizonte para a chegada de um novo tempo
  • Mãos: símbolo da força de Deus e sua providência a toda Criação
  • Presentes: além do presente maior dado à humanidade, Cristo, simbolizam também os presentes dados pelos magos.
Cores
No Advento usam-se o roxo, o lilás e o rosa. O roxo significa contrição, daí a matização no sentido de ir clareando conforme a chegada do Natal. O rosa geralmente é usado no quarto Domingo do Advento, que simboliza a alegria.
Para o Natal utilizam-se as cores branco e/ou amarelo, símbolos da divindade, da luz, da glória, da alegria e da vitória que o nascimento de Cristo representa para a humanidade.

Na Epifania usa-se o branco por oito dias e após o amarelo até o domingo do Batismo do Senhor.

O Tempo Comum
Além dos dois ciclos festivos, o “Ano do Senhor”, também contempla 33 ou 34 semanas, situadas entre o Natal e a Páscoa. Esse período recebeu a designação Tempo Comum por contrapor-se à época festiva do Ano Cristão.
O fato de haver um Tempo Comum ressalta o significado de que Deus não é Senhor somente das coisas extraordinárias, mas também o é do cotidiano. Enfatiza a presença constante e amorosa do Pai na caminhada do povo rumo à plenitude do Reino. A cada celebração, antecipamos a eterna liturgia do céu, para o qual nos preparamos, dia a dia, tanto no tempo festivo como no tempo comum.
Ao longo da história, várias iniciativas foram tomadas no sentido de oferecer alternativas à liturgia do tempo não festivo. Para exemplificar com algumas mais recentes e próximas, citamos a formalização, na década de 30 nos EUA, de uma proposta que sugeria a criação de um novo período, o “kinkdomtide” (Ciclo ou Tempo do Reino). Essa proposta tem de positivo o fato de enfatizar menos o aspecto eclesiástico-institucional e mais o teológico-missionário do período. Entretanto, a postura mais amplamente adotada pelos protestantes do mundo todo, foi a de designar as duas partes do Tempo Comum como sendo “Tempo após Epifania” e "Tempo após Pentecostes”, respectivamente. Na Igreja Metodista no Brasil, o Rev. Messias Valverde propôs uma organização do Ano Cristão dividido em Estações Litúrgicas, das quais destacamos a Estação da Criação, com uma preocupação ecológica e escatológica.
Para manter a sintonia com a maioria das Igrejas Cristãs ao redor do mundo, optamos pela adoção do Calendário Ecumênico, mundialmente utilizado tanto pela Igreja Metodista quanto pela maioria das Igrejas Protestantes. Não obstante, tomamos o cuidado de levar em conta as várias contribuições das propostas às quais nos referimos, principalmente no que diz respeito ao desafio ecológico próprio da proposta brasileira da estação litúrgica da Criação – relacionada com a Justiça, Paz e Integridade da Criação – e a ênfase na centralidade do reino de Deus, da proposta norte-americana da década de 30.
Tempo Comum – (1ª parte)

Anuncio do Reino (Após Epifania)

A primeira parte do Tempo Comum tem início na segunda-feira após a comemoração do Batismo do Senhor e vai até a véspera da Quarta-feira de Cinzas, quando começa a Quaresma (Ciclo da Páscoa).
Sua espiritualidade enfatiza o anúncio do Reino de Deus e visa à esperança e à pregação da Palavra.
Tempo Comum – (2ª parte)

Vivência do Reino (Após Pentecostes)

A Segunda parte do Tempo Comum que também é o período mais longo, começa na Segunda-feira após Pentecostes e dura até a véspera do Primeiro Domingo do Advento, quando tem início o Ciclo do Natal.
Sua espiritualidade comemora o próprio ministério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos e enfatiza a vivência do Reino de Deus e a compreensão de que os/as cristãos/ãs, são o sinal desse Reino. Se na primeira parte do Tempo Comum a ênfase é no anúncio, na Segunda é a concretização do Reino de Deus.
Símbolos
Sugerimos como material simbólico para a ambientação litúrgica do primeiro período do Tempo Comum:

  • A Bíblia (sinalizando o anúncio da Palavra do Reino)
  • Os cincos pães e os dois peixes (sinalizando os milagres de Jesus e a solidariedade cristã)
  • Sementes/semeadura (sinalizando o anúncio do Reino)
E para o segundo período do Tempo Comum:

  • Flores (sinalizando a Criação e a Nova Criação – consciência ecológica)
  • Feixe de trigo (sinalizando a colheita e os frutos da terra)
  • A pesca/rede com peixes (sinalizando a missão do Reino)
  • A mesa (representando a fartura e a comunhão)
  • O triângulo (representando o equilíbrio e a constância necessários no cotidiano cristão)
  • A coroa (sinalizando a consumação plena do Reino de Deus)
Cor – verde

Em ambos os períodos do Tempo Comum, usa-se o verde como cor litúrgica, sinalizando a Criação, a perseverança e a constância – que pode ser combinada com o dourado (cor da realeza) indicando a combinação da Nova Criação com o Senhorio de Cristo (principalmente na celebração do último Domingo do Tempo Comum, chamado de Domingo de Cristo, Senhor do Universo).
Ciclo Pascal
Origem
O Ciclo Pascal é composto pela Quaresma, Semana Santa, Período de Páscoa e se encerra no Pentecostes. Formou-se a partir de um processo de reflexão e sistematização do cristianismo, que vai do primeiro ao quarto século da Era Cristã. A partir deste ciclo se constituiu todo o calendário litúrgico.
Nas comunidades primitivas, era comum a reunião no primeiro dia de cada semana na qual celebrava-se a memória de Jesus. A origem do culto cristão está em torno dessa “Páscoa Semanal”, que ocorria no chamado “Dia do Senhor”.
Em boa parte por influência do judaísmo cristão, desenvolveu-se uma celebração anual da Páscoa como um “grande dia do Senhor”, cuja festa se prolongava por cinquenta dias, sendo o último, o dia de chegada do Espírito, o Pentecostes Cristão, isso já no século II.
No século IV, desenvolveu-se a tradição de reviver a refletir de um modo mais sistematizado, os momentos da paixão, isso deu origem às celebrações da Semana Santa. Desde o século III as vésperas da Páscoa já eram dias de reflexão. Os catecúmenos que por dois anos vinham sendo preparados, agora eram acompanhados por toda a comunidade. Inspirando-se nos quarenta dias de preparo de Jesus para seu ministério, nasceu o período da quaresma. Assim, em torno da celebração da morte e ressurreição de Jesus, desenvolveu-se todo o Ciclo Pascal do Calendário Litúrgico Cristão, marcado pela penitência e confissão, mas também pela alegria e exultação do crucificado e ressuscitado.
Quaresma

(da Quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Ramos)

Período onde se enfatiza a importância da contrição, do preparo e da conversão. Inicia-se no quadragésimo dia antes da Páscoa, sem contar os domingos. O início na Quarta-feira de Cinzas retorna à tradição bíblica do arrependimento com cinzas e vestes de saco (Jn 3.5-6). É momento oportuno para refletir sobre a confissão e o valor do perdão de Deus.

Sua espiritualidade enfatiza momentos de preparo na história bíblica geral e da vida de Jesus.
  • Quarenta dias de Jesus no deserto (Mt 4.2; Lc4.1ss)
  • Quarenta dias de Moisés no Sinai (Êx 34.28)
  • Quarenta anos do povo no deserto (Êx 16.35)
  • Elias em direção a Horeb (1Rs 19.8)
Cores – roxo ou lilás
Essas cores enfatizam a preparação, a expectativa, a saudade, a contrição e o arrependimento. Notemos que o roxo é a mistura de uma cor quente – o vermelho – e uma cor fria – o azul – isso é representativo da tensão própria de um período como este, onde é central a expectativa do “já” e do “ainda não” do Reino.
Símbolos
Cinzas, referindo-se ao arrependimento; Ramos, lembrando a entrada triunfal e a Coroa de Espinhos e os cravos, rememorando o sofrimento de Cristo.
Semana Santa

Inicia-se no Domingo de Ramos, celebração de Cristo como o Messias, salvador dos pobres, o rei dos humildes. Reflete-se passo a passo os últimos momentos até o ápice da paixão, passando pela instituição da Eucaristia, pelo lavapés, a traição, prisão e crucificação do Senhor. Este é o momento da vigília de preparo para a ressurreição.
Sua espiritualidade chama-nos a atenção para os momentos finais de Jesus até o ápice de sua paixão.

  • A Santa Ceia (Mt 26.17-30)
  • O Lavapés (Jo 13.1-17)
  • Jesus no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.26-31)
  • O julgamento e a crucificação (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jo 19)
Símbolos

A coroa e os cravos podem ser conservados; também temos o pelicano que na falta de alimento para seus filhotes fere-se para alimentá-los com seu próprio sangue.

Cores – roxo e particularmente na Sexta-feira Santa usa-se o preto.

Esta cor denota a morte e o luto.

Páscoa
É a festa da ressurreição e da libertação, um novo Êxodo ocorre, e a humanidade passa do cativeiro da morte para a vida. Sua solenidade pode iniciar-se já na Quinta-feira (instituição da Ceia). Contudo a celebração da ressurreição começa com uma vigília na noite de Sábado encontrando sua plenitude no romper da aurora, quando Cristo é lembrado como o sol da justiça que traz a luz da nova vida, na ressurreição.
A espiritualidade norteadora aponta para a ressurreição nos mais variados relatos das comunidades do século I d.C.

  • A ressurreição (Mt 28.1-20; Mc16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-18; At 1.14)
  • Cânticos Pascais (Sl 113 ao 118 e Êx 12)
Símbolos

Cruz vazia, túmulo vazio, borboleta (sinal de transformação)

Cores – branco ou amarelo-ouro

Simbolizam a luz, a glória, a alegria, a vitória e a divindade.

Pentecostes

Entre os hebreus, era comum a celebração da chamada “festas das semanas”, isso porque ela se dava sete semanas após a Páscoa. Nela, o povo dava graças ao Senhor pela colheita. Mais tarde, adquiriu mais uma dimensão celebrativa, a da proclamação da lei (instrução) no Sinai, cinquenta dias após a libertação do Egito.

Na era cristã, o Pentecostes tornou-se o último dia do ciclo pascal, quando celebra-se a chegada do Espírito Santo como aquele que atualiza a presença do ressuscitado entre nós, dando força para que as comunidades sejam testemunhas de Jesus na história.
A espiritualidade que nos orienta nesse período fala da presença consoladora do Espírito que semeia nos corações a esperança do Reino de Deus e nos impulsiona para a missão.

  • Festa das semanas (Êx 34.22; Lv 23.15);
  • Jesus promete o Consolador (Jo 16.7);
  • Jesus ressuscitado sopra seu Espírito (Jo 20.22);
  • A chegada do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2).
Símbolos

Pomba, fogo, vento, água (sinais da presença do Espírito Santo).

Cor – vermelho

Essa cor simboliza o fogo e o sangue dos mártires, é a cor das celebrações do Espírito Santo e da Igreja: Pentecostes.


 
A pregação do Evangelho é tanto mais eficaz quanto melhor for a comunicação da Igreja. Comunicação é mais do que discurso, pois se dá no nível verbal e não no nível não verbal. A Igreja evangeliza não somente pelo que ela fala, mas também (ou principalmente) pelo que ela demonstra. Dizem os estudiosos que mais de dois terços da área cerebral humana é destinada ao processamento de informações visuais. Assim, cada vez mais, fica evidente a importância da comunicação visual. E a combinação de cores é um importante elemento no estímulo à percepção visual humana.

Assim como as parábolas foram utilizadas por Jesus como recurso comunicativo para estimular a imaginação (imagem + ação) de seus discípulos, a Igreja emprega recursos visuais, principalmente na ambientação de seus espaços cúlticos, visando ao anuncio do Tempo da Graça. E foi com a experiência acumulada ao longo da história da Igreja, que o emprego das cores nos lugares de culto deixou de ser feito de maneira aleatória, para ser usada com critérios estéticos e teológicos.
Secularmente, o estudo das cores passou a ser feito mais sistematicamente no período do Renascimento, por Alberti que relacionou as cores com os quatro elementos da natureza: vermelho – fogo, azul – ar, verde – água, cinza – terrra; e por Leonardo Da Vinci, que propôs a seguinte simbologia cromática: branco – luz, amarelo – terra, verde – água, azul – ar, vermelho – fogo, e preto – trevas.
Desde então, confirmou-se, cientificamente, que as cores afetam o metabolismo humano basicamente da seguinte maneira: as cores quentes (vermelho, amarelo) aceleram o batimento cardíaco e aumentam a pressão arterial; ao passo que as cores frias (azul, verde) acalmam e relaxam.

Geometricamente, as cores são assim representadas: quadrado – vermelho (que sugere ação centrífuga, i.e., do centro para fora), círculo – azul (que sugere ação centrípeta, i.e., de fora para o centro) e triângulo – verde (que sugere estabilidade).

Com estas informações fica mais fácil entender por que a Igreja convencionou o uso do vermelho para o período de Pentecostes, pois é uma época de missão (de dentro para fora); e o uso do verde para o Tempo Comum, sugerindo a estabilidade e a persistência dos fiéis no cotidiano.
Vejamos, brevemente, o esquema tradicional das cores litúrgicas:*

  • Branco e a cor do ouro: simbolizam a Divindade, luz, glória, alegria e vitória. São usadas para celebrar a obra redentora de Cristo (Natal, Epifania, Batismo do Senhor, Transfiguração do Senhor, Páscoa, Ascensão do Senhor, Trindade e Cristo, o Rei do Universo);
  • Vermelho: símbolo do fogo e do sangue dos mártires, é a cor das celebrações do Espírito Santo e da Igreja: Pentecostes, Dia da Reforma, aniversário de igrejas locais, ordenação e investidura de pastores;
  • Roxo ou Lilás: caracterizam as épocas do Ano Cristão dedicadas à reflexão, arrependimento e preparação, como o Advento e a Quaresma. (Note que o roxo é a mistura de uma cor quente, o vermelho, e uma cor fria, o azul, isso é representativo da tensão própria dos períodos de expectativa: o já e o ainda não).
  • Azul claro: expressa esperança. Alguns teólogos (Karl Barth, Paul Tillich e J.-J. von Almen) sugerem o azul como sendo a cor ideal para o templo, lugar para onde os fiéis convergem, por simbolizar a ação centrípeta da própria comunhão. Sugerem também que o círculo é a forma arquitetônica ideal para a disposição dos fiéis no templo (com a Mesa da Comunhão ao centro).
  • Verde: é a cor da natureza, da vida e do crescimento e é usado ao longo do Tempo Comum (ou da Criação) por ser uma cor que denota estabilidade e constância.
  • Preto: denota a morte e o luto e é usado na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão.
Obviamente, esta é uma convenção basicamente ocidental. Em outras culturas, as cores podem assumir outros significados, ou até mesmo significados opostos. De qualquer forma, se conseguirmos utilizar o poder de comunicação visual das cores de forma inteligente e teologicamente coerente, estaremos melhorando nossa capacidade de pregar o evangelho em uma sociedade marcada pelo fascínio das imagens.
Fonte: Manual do Culto, Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, s.d.

Conclusão: O movimento da Reforma Protestante, especialmente calvinista, não atribuiu atenção merecida às cores litúrgicas. Foi apenas com o passar dos anos, no século XX, que a Igreja Cristã Evangélica passa a chamar a atenção de seus membros para a beleza ornamental e pedagógica das cores litúrgicas.

Tornara-se comum, nos momentos mais importantes do calendário cristão, a Igreja ser decorada com cores que representasse a época apropriada do ano, por exemplo, chegando o evento de Pentecostes a cor vermelha seria usada para lembrar e ensinar a igreja que era momento de evocar o Espírito Santo pois o vermelho é a cor que representa o Espírito de Deus.
Assim, fica evidente que o uso das cores tem um efeito não apenas decorativo mais elas devem ensinar a igreja a adorar a Deus de maneira consciente, tendo como pano de fundo o calendário cristão. Lembramos sempre que essas cores deverão ser adotadas pela igreja com simplicidade promovendo a paz, o apropriado sentimento e a harmonia dentro do culto.

Nossa Igreja deve estar sempre bem decorada trazendo o que de melhor possuí para dentro de seu templo como vasos, ornamentos, flores e qualquer outro tipo de recurso visual que expresse significado dentro do culto cristão. O mesmo deve acontecer com as cores litúrgicas quando usadas na toalha da mesa, no púlpito, em peças diversas, nas estolas pastorais e nas vestimentas dos corais.

Grupo de Atletas Cristãos PE.